abril 07, 2015

O porquê do título, afinal

Diz a Dita Von Teese:


"Você pode ser o pêssego mais maduro e suculento do mundo, e ainda assim haverá alguém que não gosta de pêssego."

E ela tem razão.

Eu já conhecia a frase de tumblrs de outros tempos, e ela tinha ficado arquivada em algum canto da minha mente até semanas atrás, quando encontrei alguns amigos/conhecidos no shopping.

Eles são uns amores, eu gosto muito deles, e nós até chegamos a ser bem próximos durante um tempo da vida, até que eles se afastaram, aparentemente sem motivo.

Nós nos cumprimentamos, conversamos um pouco, trocamos algumas palavras, e durante o tempo todo da conversa eu ficava me questionando o que mesmo eu tinha feito para eles se afastarem, já que eu gostava tanto deles e gostava tanto da companhia deles naqueles tempos passados. 

Até que o assunto minguou, e acabou por se tornar um silêncio, e antes que os sorrisos também morressem, tratei de me lembrar do meu compromisso e sair dali. Despedi-me e fui caminhando para o lado oposto do deles, enquanto ainda pensava no que havia acontecido de tão grave para nos afastar assim. Ainda liguei para uma amiga para comentar que tinha os encontrado, e como eles estavam bem, e ela fez eco à minha pergunta:

- Mas como assim eles não dão notícias?

Foi mais ou menos neste ponto da conversa que meu cérebro me trouxe de novo essa frase, lá da gavetinha onde havia sido guardada. 

Muito simples, respondi pra mim mesma, eles não dão notícias porque eles não querem mais dar notícias. Isso não significa que eu tenha feito algo que tenha provocado esse afastamento, ou que eu seja uma pessoa ruim, ou que eu não seja merecedora de respeito, ou amor, ou qualquer outro pensamento em que o foco esteja em mim. O foco não está em mim. Está no fato de que talvez essas pessoas não gostem de mim. E eles têm esse direito. Da mesma maneira que algumas pessoas não gostam de pêssegos, ou goiaba (meu caso), ou até (pasmem!) chocolate. Pois não é que nem o chocolate é unanimidade? Por que seria eu?

E tudo bem. A partir do momento em que eles decidem que eu não sou mais importante para eles, a opinião deles não deveria ser mais válida ou sequer considerada na conta. Certo? Mais ou menos.

Porque na teoria as contas fecham, mas na prática a pergunta ainda surge, de tempos em tempos: por que afinal alguém não iria gostar da minha companhia? Por que alguém não iria gostar de mim? Por que alguém não iria querer me dar notícias?

As pessoas seguem suas vidas, sem que precisem do meu olhar como espectadora para que suas vidas sejam válidas ou interessantes ou relevantes. 

E por mais que ser desimportante na vida dessas pessoas me doa um pouquinho, ser desimportante para todo mundo é libertador. Porque eu posso eliminar essas pessoas da minha conta, da agenda, do pensamento. 

E, com isso abrir espaço para quem, de fato, gosta de pêssegos.




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